quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Goleiro, artilheiro, presidente: Rogerio Ceni

Goleiro, artilheiro, presidente: Ceni faz tudo para ver o São Paulo brilhar

Além de capitão e principal jogador da equipe dentro de campo, camisa 1 atua muitas vezes nos bastidores para definir a contratação de reforços


Dentro de campo, Rogério Ceni já marcou seu nome na história do São Paulo. Capitão da equipe desde 1997, ele alcançou uma carreira repleta de glórias e recordes. É o jogador com maior número de partidas disputadas pelo clube (958), com mais títulos conquistados (15) e maior goleiro artilheiro do mundo, com 98 tentos anotados. Mas o papel do camisa 1 vai muito além das quatro linhas.

Ceni com folhagens ao fundo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Rogério Ceni e São Paulo têm tudo para continuarem suas trajetórias de sucesso quando o goleiro-artilheiro
penduras as chuteiras, o que acontecerá em dezembro de 2012 (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Nas preleções, ele é o que mais fala. Usa discursos motivacionais, busca inflamar os companheiros. Com a comissão técnica, discute sobre esquemas táticos, opina sobre qual a melhor escalação. Com os dirigentes, indica reforços e até inicia algumas conversas. Não foram poucos os casos em que o goleiro-artilheiro foi o responsável pela chegada de alguns companheiros. O mais recente foi o pentacampeão Rivaldo, que fechou com o clube do Morumbi em parte graças a um papo com Ceni no vestiário do estádio em Mogi Mirim, logo após a partida entre as duas equipes pelo Campeonato Paulista.

Um episódio que merece ser lembrado foi a contratação do atacante Washington, que defendeu o clube de janeiro de 2009 até a metade do ano de 2010.

- Sentamos lado a lado na premiação da Bola de Prata, logo após o término do Campeonato Brasileiro de 2008. O Rogério puxou papo e perguntou detalhes do meu contrato, quando acabava meu vínculo com o Fluminense, falou que o São Paulo estava muito interessado, disse como as coisas funcionavam no clube. À noite, na festa da CBF, voltamos a conversar sobre o assunto. Eu me lembro que tinha ótima proposta do Grêmio, mas a conversa com ele me deixou balançado - lembrou o Coração Valente, que defendeu o Tricolor por uma temporada e meia e recentemente se aposentou.

Rogério Ceni e Washington (Foto: Wander Roberto / VIPCOMM)Goleiro teve papel fundamental na contratação do atacante Washington (Foto: Wander Roberto / VIPCOMM)

Washington disse que o goleiro, após parar, tem tudo para ser um dirigente de sucesso.

- Eu não tenho a menor dúvida de que o Rogério será presidente do São Paulo um dia. Ele tem um papel importante demais. Quando sofreu aquela grave fratura em 2009, sentimos demais sua ausência, embora o Denis e o Bosco tenham muita qualidade. Ele tem essa característica, tudo o que ele construiu na carreira é por causa desse perfil vencedor - ressaltou.

Outro que veio para o Tricolor por indicação de Ceni foi o meia Souza, hoje no Fluminense. Ele chegou em 2003, logo após enfrentar o Tricolor pela semifinal do Campeonato Paulista com a camisa da Portuguesa santista.

- Ele é o presidente. Um cara bom demais, sujeito da melhor qualidade. Só tenho coisas boas para falar do Rogério, me ajudou demais na carreira. Se não fosse por ele, não teria chegado ao São Paulo - relembrou.

Rivaldo Rogério Ceni  (Foto: VIPCOMM)Goleiro foi quem iniciou contato com Rivaldo para que o pentacampeão fosse contratado (Foto: VIPCOMM)

Responsável direto pelas contratações, o auxiliar Milton Cruz reconhece a importância do camisa 1 quando o assunto é reforços.

- Constantemente trocamos ideias sobre tudo o que pode ajudar a equipe. O Rogério tem muito conhecimento, é uma cara que já imagina como determinado jogador pode se encaixar na equipe. Ele nos ajuda bastante, sempre com muito respeito e sem passar por cima de ninguém - ressaltou o auxiliar.

Apesar dos muitos elogios, Rogério diz que só age pelo bem do São Paulo.

Tenho menos influência do que as pessoas pensam. Só quero ver o São Paulo bem"
Rogério Ceni

- Se eu vejo algum jogador que tem futuro, eu falo. Estou aqui para ajudar. O caso do Rivaldo foi assim. Precisávamos de uma camisa 10. Eu me lembrei da Copa de 2002, o Rivaldo treinava demais, era um cara sério. Quando o vi no vestiário de Mogi Mirim, magrinho (risos), perguntei se era o último ano dele. Desse papo surgiu o acordo - disse.

Ceni também lembrou um caso de que uma indicação sua não resultou em contratação.

- Em 2010, enfrentamos a Ponte Preta em Campinas, ganhamos por 2 a 1 e eu fiquei encantado com o Tinga. Quando acabou o jogo, fiz questão de conversar com ele e dar parabéns porque jogou muito mesmo. Mas não deu certo, e ele foi para o Palmeiras. Mas eu tenho muito menos influência do que as pessoas pensam. Só quero ver o São Paulo bem.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Aos 38 anos, Rivaldo paulista pelo são paulo

Atualizado em 03/02/2011 16h47
Aos 38 anos, Rivaldo completa trajetória no trio de ferro paulista
Revelado no Mogi, ele começou a trilhar seu sucesso no Corinthians, brilhou no Palmeiras e agora, perto da aposentadoria, vai jogar pelo Tricolor

montagem Rivaldo apresentado no Corinthians Palmeiras São Paulo (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)

Assim que tocar na bola nesta quinta-feira, na partida contra o Linense, pela sexta rodada do Campeonato Paulista, Rivaldo completará um ciclo para poucos dentro do futebol paulista. Afinal de contas, terá vestido a camisa de Corinthians, Palmeiras e São Paulo, que formam o trio de ferro da cidade. O jogador, no entanto, não quer ser lembrado pelo que fez no passado. A partir de agora, vale apenas o que mostrar com a camisa 10 do time do Morumbi.

- A história conta muito para o respeito da torcida e da imprensa. Mas eu não vivo de passado, o que fiz já foi. Tenho que fazer algo pelo São Paulo pra conseguir títulos e grandes jogos. Outros jogadores com mais idade estão fazendo a diferença nos seus clubes, e eu quero fazer também. Tenho personalidade, sei que é um desafio grande e nem todos têm essa coragem. Mas, como me cuido e tenho muita confiança no meu futebol, sei que vou fazer muito pelo São Paulo - ressaltou.

A lista de atletas que jogaram pelos três maiores clubes da cidade tem nomes importantes, como Muller, que conquistou títulos no Palmeiras e no São Paulo, além de Luizão e Elivélton, que foram campeões nos três clubes. No passado, destaque para Claudio Pinho, atacante que fez história com a camisa do Corinthians (é o maior artilheiro do clube de Parque São Jorge, com 306 gols marcados em 554 partidas), mas que atuou pouco pelos rivais.

O curioso nessas três passagens de Rivaldo é que cada uma representou um momento bem definido da carreira do hoje consagrado pentacampeão mundial.

- A passagem pelo Corinthians foi muito importante porque eu era uma revelação e estava buscando o meu espaço. Tudo foi muito difícil, eu saí do Mogi Mirim e cheguei ao Corinthians, com toda a sua torcida. Fiquei um ano e consegui mostrar o meu futebol - comemorou o jogador. (assista ao lado a lances da vitória do Corinthians sobre o Flamengo, em 1993, com gol de Rivaldo).

Ao final do seu contrato com o time do Parque São Jorge, não houve acordo financeiro para que o jogador continuasse. Veio então o Palmeiras, que, com a ajuda financeira da Parmalat, contratou o jogador e o levou para um time que se transformou numa máquina de conquistar títulos. Foi campeão brasileiro de 1994, com direito a gol na grande decisão contra o Corinthians (veja no vídeo abaixo), e campeão paulista de 1996, na equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo, que marcou mais de cem gols na competição.

- O início no Palmeiras não foi nada fácil. A torcida tinha muita desconfiança por eu ter vindo do Corinthians. A pressão foi forte, mas consegui me sair muito bem - lembrou.

Na sequência, foi negociado com o La Coruña-ESP. De lá, ainda defendeu Barcelona, Cruzeiro, Olympiakos-GRE, AEK-GRE e Bunyodkor-UZB, antes de decidir retornar para o Brasil. E agora, qual o sentimento para estrear com a camisa do São Paulo?

- Agora, não tenho dúvida de que tudo será mais fácil. Já tive muitas estreias na carreira. Certamente, o que vai ajudar é a estrutura que o São Paulo tem e a qualidade dos meus companheiros. Espero que eu possa ter aqui o mesmo sucesso que tive nos outros clubes - concluiu o jogador, animado.

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