sábado, 7 de maio de 2011

Em 2011, Coxa tem o melhor aproveitamento do mundo


Invicto Coritiba deixa para trás Barcelona e Manchester United

Gol do Coritiba Sem Freio - Coritiba x Palmeiras (Foto: Felipe Gabriel) Bonde do Coxa Invicto atropelou o Palmeiras na Copa do Brasil (Foto: Felipe Gabriel)
Igor Siqueira
Publicada em 07/05/2011 às 07:00
Rio de Janeiro (RJ)
Com a goleada sobre o Palmeiras por 6 a 0, pelas quartas de final da Copa do Brasil, quinta-feira passada, o Coritiba se confirmou como o time com melhor aproveitamento do futebol mundial em 2011, superando inlcusive Barcelona e Manchester United – finalistas da Liga dos Campeões –  e Porto, campeão português e finalista da Liga Europa.

- O trabalho está sendo bem desenvolvido. Quem deve estar incomodado agora é quem desconfiava desse time - alfinetou o treinador do Coxa, Marcelo Oliveira.

A 24 vitória seguida do time paranaense na temporada não poderia tem um roteiro melhor: contra um time de tradição e de goleada.

- Pegamos o Palmeiras de surpresa. Tivemos uma noite muito inspirada e não deixamos eles jogarem - afirmou o comandante.

À medida em que o time se destaca e o Brasileirão se aproxima, o interesse por jogadores do Coritiba cresce, mas Marcelo Oliveira está tranquilo com relação ao assédio.

- A diretoria trabalhou bem e se planejou para isso. A maior parte dos contratos dos nossos jogadores é de dois, três anos - disse Oliveira.

O desempenho do Coxa impressiona. E já tem torcedor comparando o time ao Barcelona. Mas o técnico afasta a euforia.

- Isso é exagero. Estamos muito longe disso. Mas o Barça é exemplo de toque de bola e recomposição da marcação - relatou.

Melhores campanhas:

1) Coritiba – 29 jogos (27 vitórias, 2 empates) – 81 Gols Pró e 19 Gols Contra. Aproveitamento de 95,4%.

2) Fenerbahçe – 16 jogos (14 vitórias, 1 empate e 1 derrota) – 36 Gols pró e 14 Gols Contra. Aproveitamento de 89,5%.

3) Porto – 27 jogos (22 vitórias, 1 empate e 4 derrotas) – 64 Gols Pró e 24 Gols contra. Aproveitamento de 82,7%.

4) Barcelona – 30 jogos (22 vitórias, 3 derrotas e 5 empates) – 66 Gols Pró e 20 Gols Contra. Aproveitamento de 78,8%.

5) Olympique Marseille – 19 Jogos (13 vitórias, 4 empates e 2 derrotas) - 29 Gols Pró e 18 Gols Contra. Aproveitamento de 75,4%.

6) Manchester United – 27 jogos (19 vitórias, 3 empates e 5 derrotas) – 49 Gols Pró e 20 Gols Contra. Aproveitamento de 74%.

7) Milan – 23 jogos (14 vitórias, 7 empates e 2 derrotas) – 39 Gols Pró e 14 Gols Contra. Aproveitamento de 71%.

8) Velez – 20 jogos (12 vitórias, 4 empates e 4 derrotas) – 40 Gols Pró e 18 Gols Contra. Aproveitamento de 66,6%
BATE-BOLA
Marcelo Oliveira, técnico do Coritiba
Onde está a força do Coritiba nesta temporada?
Não temos estrelas e nem somos brilhantes, mas o Coritiba demonstra muita disposição, é um time que joga pelo coletivo. Consegui montar uma equipe que marca, é rápida e de boa técnica.

Neste ano você recebeu um presentão do Ney Franco, não é?
Eu peguei uma base muito boa e vencedora do Ney. A partir disso, dei mais consistência defensiva ao time, aumentando a estatura dos defensores e prendendo os laterais, formando uma linha de quatro mais sólida atrás. Temos um meio muito talentoso, e não deixamos de buscar o ataque.

Vai ser difícil ficar fora da Copa do Brasil. Já está pensando em Flamengo e Ceará?
É. Estamos com a vaga praticamente assegurada, mas o que vier depois não vai fazer diferença. O Flamengo é um time que tem uma camisa muito importante, mas o Ceará mostrou ter uma boa equipe também.

Para o Brasileiro, o Coxa pensa em reforços?
A base deve ser mantida e acertamos com o volante Gil e contratamos o meia Éverton, do Caxias. Mas estou muito satisfeito com o que temos aqui.



O RENASCIMENTO
2009O ano do centenário do clube tinha tudo para ser de conquistas. Mas o Coxa não faturou o Estadual, caiu na semi da Copa do Brasil e, pior, foi rebaixado para a Série B, perdendo no Couto Pereira para o Fluminense, na última rodada. A partida terminou com uma a batalha campal, que resultou em punição para o clube.
2010O rebaixamento foi página virada no Coritiba. O time se reformulou e iniciou o projeto para voltar à elite. Ney Franco, que assumiu o time no final do Brasileiro do ano anterior, permaneceu e foi o mentor do time. Vieram os títulos do Paranaense (mesmo mandando jogos em
Joinville) e da Série B, com antecipação.
2011Sob o comando de Marcelo Oliveira, faturou o Paranaense, quebrou o recorde de invencibilidade no estado (33 jogos, contando com 2010, recorde que era do rival Atlético-PR). É dono da maior série invicta do Brasil: 27 (bateu marca do Palmeiras-96, com 21). E tem o maior número de vitórias seguidas no país: 24.
5/5, a quinta-feira mágicaA 24ª vitória seguida na temporada veio contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil, em uma goleada histórica por 6 a 0, no Couto Pereira. O triunfo mais expressivo sobre o Verdão em 101 anos de existência do Coxa. Até onde vai esse bonde sem freio paranaense, que já contabiliza 81 gols na temporada?

ESTE É O SUPERCOXA!
Um dos diferenciais do Coritiba é que o time titular sofre pouquíssimas alterações, seja técnica ou por lesão. E ainda conta com um reserva de luxo, que está em ótima fase: Anderson Aquino.
O Coxa consegue manter o elenco? Confira a situação dos vínculos de cada um destaques do Coritiba:
- Vínculo até 12/2011: Edson Bastos e Jeci;
- Vínculo até 12/2012: Jonas e Marcos Aurélio;
- Vínculo até 12/2013: Emerson, Lucas Mendes, Leandro Donizete, Léo Gago, Rafinha e Anderson Aquino
- Empréstimo até 12/2011: Davi (Avaí) e Bill (Corinthians)


quinta-feira, 5 de maio de 2011

CORITIBA SIMPLISMENTE MASSACRA PALMEIRAS NO COUTO PEREIRA !

Massacre coxa-branca: Coritiba goleia Palmeiras e fica perto da semi

Time da casa atropela e faz 6 a 0. Na volta de Marcos, Verdão joga pouco e terá de reagir no Pacaembu se quiser sobreviver na Copa do Brasil

por Diego Ribeiro e Luciano Balarotti
Coritiba e Palmeiras tinham o mesmo sentimento antes do duelo de ida das quartas de final da Copa do Brasil: seria o desafio do ano para os dois lados. Mas parece que só o Coritiba levou essa motivação a campo. Em uma das melhores atuações coletivas de uma equipe em 2011, o Coxa atropelou o Verdão na noite desta quinta-feira, no Couto Pereira: 6 a 0, vitória incontestável. Do outro lado, um perdido e apático Palmeiras, na sua pior apresentação da temporada, viu a classificação para a semifinal da Copa do Brasil ficar longe.
Tranquilo, tranquilo, o Coritiba vai ao Pacaembu na próxima quarta-feira, às 21h50m, podendo perder por até seis gols de diferença para se garantir na semi. Com a goleada, já são 24 vitórias seguidas em 2011 - recorde nacional, cada vez mais consolidado. O time de Marcelo Oliveira mostrou ao Brasil as virtudes que fizeram do Coxa o campeão estadual invicto no Paraná.
O Palmeiras sofre seu segundo baque em cinco dias. No domingo, jogando melhor que o Corinthians, o time foi eliminado do Campeonato Paulista nos pênaltis. Agora, sem ver a cor da bola, com o meio-campo totalmente dominado, a equipe de Luiz Felipe Scolari terá de encontrar forças para tentar inverter o resultado nos seus domínios. O jogo que teria tudo para marcar bem o retorno de Marcos ao gol ficará, na verdade, na memória do torcedor como um dia para ser esquecido.
jogadores do Coritiba comemoram gol sobre o Palmeiras (Foto: Geraldo Bubnak / Ag. Estado)jogadores do Coritiba comemoram gol sobre o Palmeiras (Foto: Geraldo Bubnak / Ag. Estado)
Para se ter uma ideia do tamanho do desastre, o Palmeiras não sofria quatro ou mais gols no mesmo jogo desde a reestreia de Felipão no banco de reservas do Palmeiras, em 18 de julho de 2010, contra o Avaí. Na ocasião, o time catarinense fez 4 a 2 na Ressacada. Neste ano, o time só havia sofrido mais de um gol numa única oportunidade, na derrota por 2 a 1 para a Ponte Preta - e com time reserva. Foi a maior derrota do treinador à frente do clube. A última vez em que o Palmeiras sofreu seis gols havia sido em 2006, em uma derrota por 6 a 1 para o Figueirense, pelo Brasileiro.
Green Hell!
O "inferno verde" promovido pela torcida do Coritiba antes do jogo já mostrava a pedreira que o Palmeiras teria pela frente. O que o time de Felipão não esperava era uma blitz tão intensa nos primeiros 20 minutos de jogo. Empurrado pelos quase 30 mil torcedores da casa, o Coxa mostrou que suas 23 vitórias seguidas - recorde nacional - não vieram por acaso. Olhando nome por nome, o Coritiba pode até não impressionar à primeira vista. Dentro de campo, porém, parece que os jogadores se conhecem há anos.
Logo aos dois minutos, quando o centroavante Bill deu uma de armador pela direita e colocou a bola na cabeça do zagueiro Emerson, que quase abriu o placar, foi possível começar a entender os motivos de o Coritiba ser um time tão perigoso. Tocando a bola rapidamente e dominando o meio-campo, os paranaenses encontraram até com certa facilidade o caminho do gol diante de um Palmeiras atordoado, que tentava assimilar a pressão.
A zaga palmeirense sentiu demais a falta do suspenso Thiago Heleno. Sem o principal pilar nas bolas aéreas, o Coxa chegou ao 1 a 0 em um lance que se repete no Palmeiras pelo terceiro jogo seguido - assim como foi contra Mirassol e Corinthians, o Palmeiras vacilou em um escanteio vindo da direita. Desta vez foi Emerson, aos 11 minutos, que subiu bem mais do que qualquer outro e cabeceou sem chances para Marcos.
O Santo, aliás, que voltou ao time depois de três meses fora, teve poucas chances de aparecer. Em sua única intervenção, é verdade, operou milagre em uma cabeçada fulminante de Pereira, à queima-roupa. Insuficiente para conter a "fúria" do Coritiba.
Tocando a bola, variando o jogo, o Coxa chegou ao segundo com 22 minutos. Bill, agora pela esquerda, serviu o bom camisa 10 Davi, que invadiu a área e só completou de pé esquerdo para ampliar o marcador.
E tome bola aérea, bola rasteira, pela esquerda, pela direita. O Coritiba queria mais. E nada de o Palmeiras acordar. Isolado lá na frente, Kleber era o Gladiador palmeirense em meio a um mar de defensores rivais. O camisa 30 sentiu muito a falta de Valdivia, principal companheiro na articulação de jogadas. Lincoln mal conseguiu tocar na bola.
Aos 43, para fechar um primeiro tempo quase perfeito, o time da casa fez 3 a 0 com Léo Gago. O chute de longe, despretensioso, que desviou em Danilo e acabou enganando Marcos, foi um retrato fiel dos 45 minutos iniciais: Coritiba iluminado, Palmeiras desnorteado.
Palmeiras sem reação
Felipão bem que tentou mudar o panorama do jogo no intervalo. Tirou João Vitor, muito abaixo de seu potencial, e lançou Chico para reforçar o até então perdido meio-campo. No ataque, Wellington Paulista entrou para fazer companhia a Kleber. Nos primeiros dez minutos, até houve equilíbrio na posse de bola. Até que Leandro Amaro derrubou Rafinha dentro da área. Pênalti marcado por Leandro Vuaden.
Na cobrança, o xodó e artilheiro Bill não deu chances a Marcos: 4 a 0, para o Palmeiras perder de vez a cabeça. O camisa 9 ainda cavou a expulsão de Rivaldo, minutos depois. Bastante irritado, o lateral-esquerdo palmeirense deu uma cotovelada no rival e foi denunciado pelo quarto árbitro.
Nas arquibancadas, o "inferno verde" seguia mais forte. Aos gritos de "olé" e insultos contra Felipão, a torcida coxa-branca ocupou os 30 minutos finais e completou um dia de festa no Couto Pereira. Para fechar de forma perfeita, Geraldo e Anderson Aquino fizeram o quinto e o sexto, respectivamente, diante de um adversário já morto em campo. Goleada histórica. Agora, são 81 gols na temporada. E o Coritiba ainda quer mais...

coritiba 6 x 0 palmeiras
Edson Bastos, Jonas, Emerson, Pereira (Cleiton) e Lucas Mendes; Leandro Donizete (Willian), Léo Gago, Rafinha (Geraldo) e Davi; Anderson Aquino e Bill Marcos, João Vitor (Chico), Danilo, Leandro Amaro e Rivaldo; Marcos Assunção, Márcio Araújo, Patrik (Wellington Paulista) e Lincoln (Adriano); Kleber e Luan
Técnico: Marcelo Oliveira Técnico: Luiz Felipe Scolari
Gols: Emerson, aos 11, Davi, aos 21, e Léo Gago, aos 43 do primeiro tempo; Bill, aos 10, Geraldo, aos 46, e Anderson Aquino, aos 47 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Leandro Donizete, Rafinha (CTB); Luan, João Vitor, Rivaldo (PAL). Cartão vermelho: Rivaldo (PAL)
Estádio: Couto Pereira, em Curitiba (PR). Data: 05/05/2011. Árbitro: Leandro Vuaden (Fifa-RS). Auxiliares: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Julio Cesar Rodrigues Santos (RS). Público: 28.870 pagantes. Renda: R$ 848.620,00

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Crescem questionamentos sobre morte e sepultamento de Bin Laden

Crescem questionamentos sobre morte e sepultamento de Bin Laden
04 de maio de 2011 09h00 atualizado às 09h31



O líder da Al-Qaeda Osama bin Laden, em foto de 1998. Foto: AP Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, foi morto em um operação americana no Paquistão

A morte de Osama bin Laden desarmado despertou temores de que os Estados Unidos possam ter ido longe demais ao agir como policial, juiz e carrasco do homem mais procurado do mundo. Mas para vários líderes muçulmanos, a questão mais perturbadora é se o sepultamento do líder da Al-Qaeda no mar foi contrário à prática islâmica.
A Casa Branca disse na terça-feira que Bin Laden havia resistido aos militares dos EUA que invadiram seu esconderijo na Paquistão, e que houve temores de que ele iria "se opor à operação de captura".
O porta-voz da Casa Branca Jay Carney se recusou a especificar que tipo de resistência Bin Laden ofereceu, mas acrescentou: "Esperávamos uma grande resistência e fomos recebidos com grande resistência. Havia muitas outras pessoas armadas... no complexo."
Helmut Schmidt, ex-chanceler da Alemanha Ocidental, disse à TV alemã que a operação pode ter consequências incalculáveis no mundo árabe em um momento de tensão na região. "Está muito claro que foi uma violação da lei internacional", afirmou.
Essa visão encontrou eco no renomado advogado de direitos humanos australiano Geoffrey Robertson. "Não é justiça. É uma perversão do termo. Justiça significa levar alguém ao tribunal, declará-lo culpado com base em provas e sentenciá-lo", disse Robertson ao canal Australian Broadcasting Corp, em Londres.
"Este homem foi submetido a uma execução sumária, e o que parece agora, após uma grande quantidade de desinformação da Casa Branca, é que pode ter se tratado de um assassinato a sangue frio."
Robertson disse que Bin Laden deveria ter ido a julgamento, assim como os nazistas da 2a Guerra Mundial foram em Nuremberg ou o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic foi perante ao tribunal de crimes de guerra em Haia após sua prisão em 2001.
Gert-Jan Knoops, especialista na lei internacional sediado na Holanda, disse que Bin Laden deveria ter sido preso e extraditado para os Estados Unidos.
"Os norte-americanos dizem estar em guerra contra o terrorismo e que podem abater seus adversários no campo de batalha", declarou Knoops. "Mas formalmente falando, este argumento não se sustenta."
Sepultamento no mar
Syed Ahmed Bukhari, clérigo muçulmano sênior de Nova Délhi, disse que as tropas dos EUA poderiam ter capturado Bin Laden facilmente.
"Os Estados Unidos estão disseminando a lei da selva em toda parte, seja no Afeganistão, no Iraque, no Paquistão ou na Líbia. As pessoas estão caladas há muito tempo, mas agora passou dos limites."
Son Had, porta-voz do Jema''ah Ansharut Tauhid, o grupo islâmico fundado pelo líder indonésio Abu Bakar Bashir, disse estar claro que Bin Laden se tornou um mártir.
"No islã, um homem que morreu... lutando pela sharia recebe a maior honraria dada a um homem abaixo da de profeta, ou seja, a de mártir. Osama é um combatente do islã, da sharia".
Mas para muitos líderes islâmicos a maior preocupação é o enterro de Bin Laden no mar, e não na terra. Seu corpo foi levado a um porta-aviões dos EUA onde militares disseram que ele foi sepultado no mar de acordo com os ritos islâmicos.
I.A. Rehman, funcionário da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, disse que o funeral é mais importante do que saber como Bin Laden foi morto.
"O fato de que não estava armado é menor... atrairá maior atenção saber se ele foi sepultado de forma islâmica. Tem surgido reações de clérigos muçulmanos segundo os quais ele não foi enterrado apropriadamente, e isto causará discussões durante algum tempo."

A morte de Osama Bin Laden e o Jornal Nacional


Recebi assim…
A morte de Osama Bin Laden e o Jornal Nacional
Começo me apresentando: Sou brasileiro, cidadão, bancário e psicólogo da cidade de Fortaleza-CE. Não tenho costume de escrever sobre política, nem fatos públicos e pra ser honesto sobre quase coisa nenhuma mas hoje não pude me conter. Espero que possam ler até o fim…
Dia 02/05/2011, acabo de chegar em casa depois de um dia de trabalho bastante conturbado, como são os primeiros dias úteis, especialmente nas segundas-feiras no Banco do Brasil. Fiquei sabendo vagamente da morte de Osama Bin Laden a partir de rápidos comentários de clientes. Resolvi assistir o jornal nacional para ver as notícias e fiquei realmente chocado com a forma que o assunto foi tratado. A morte era anunciada com um sorriso no rosto por simplesmente todos os repórteres, lembrava muito as coberturas festivas, como os carnavais, as vitórias esportistas, as festas de rua. As palavras “celebravam” “festejavam” “comemoravam” eram constantemente citadas e fiquei me perguntando se era realmente de uma morte que aquelas pessoas estavam falando. Em nenhum momento ninguém falava sobre como era um sintoma doentio a comemoração em praça pública de um assassinato. Ou de até que ponto aquele comportamento era ético?
Não estou aqui de maneira nenhuma defendendo as ações de Osama, muito pelo contrário, repudio seus atos, suas mortes. Mas a comemoração em praça pública de uma morte é pelo menos de se estranhar, de se questionar, e em nenhum momento houve um mínimo sinal do contraditório, do outro ponto de vista. Assistindo só conseguia me lembrar das antigas cerimônias de execução da Idade Média, ou mesmo as provocadas pelos regimes radicais como o Talibã, tão criticada pelo mundo “civilizado” ocidental, no qual o povo festejava os assassinatos, daquele que por algum motivo eles consideravam inferiores a si. E o que mais me impressionou é que os argumentos americanos não eram ditos como perspectivas e sim como a verdade nua e crua. Que isso acontecesse na mídia Americana não era de se estranhar, mas aqui no Brasil me pareceu um contra-senso. As questões éticas da comemoração de uma morte em nenhum momento foram questionadas. Era como se fosse o óbvio, natural, a comemoração daquelas mortes.
Uma avó americana foi mostrada com sua netinha tirando fotos dizendo que era uma lembrança para aquela criança da comemoração daquele dia. A netinha devia ter pouco mais de cinco anos. E o jornal seguia mostrando tudo direitinho, a grande festa, aquele momento tão bonito de assassinato. A sede de sangue era clara. As pessoas se abraçavam, comemoravam, as imagens chegavam a ser bonitas, parecia um réveillon, ou a comemoração de um título esportivo, mas não era, era a alegria pela morte, pelo sangue, pela vingança. Espero profundamente que daqui a 100 anos isso seja mostrada como sinal de primitivismo da humanidade do nosso tempo.
As imagens do 11 de setembro, que eram repetidas o tempo todo, parecia uma maneira de justificar o assassinato de Osama e de mais quatro pessoas, sem nenhum julgamento, e pior, sem nenhum questionamento ético.
Não agüento mais ver o discurso da paz servir de propósito pra guerra. A história é contada simplesmente por uma perspectiva, a americana, oferecida ao publico como uma verdade, que dispensa qualquer criticidade. O fato da operação ter sido feita exclusivamente por Americanos não é questionada. A troca de tiro não resultou em nenhum ferido do lado Ianque e cinco mortes do lado oposto leva a questionar até que ponto se tratou de uma troca de tiros ou de um simples execução sumária. E se foi uma execução sumária como parece ter sido, o discurso de que Obama usou sua esposa como escudo mais parece uma última provocação. “O morto era covarde”. Que Osama era corvarde isso é bem sabido, porém também covarde foi o ato de executar alguém sem julgamento. Não é claro e límpido que sangue só pede mais sangue. Que alguém vai querer vingar essa morte matando e que as mortes que virão pedirão mais morte ainda?
Nenhum detalhe sobre essa execução, a meu ver, pode ser levada a sério, pois não havia testemunhas, apenas os soldados americanos envolvidos. Nenhuma autoridade Paquistanesa envolvida na operação, e isso sequer foi questionado. Osama foi assassinado NO PAQUISTÃO. O exercito americano simplesmente entra, executa, destrói o cenário e se livra do corpo, e nada, absolutamente nada é questionado. Como se realmente o mundo fosse deles, como parecem verdadeiramente acreditar.As autoridades do Paquistão sequer tomam conhecimento do caso. E assim parece se manter toda a imprensa local, pelo mesmo caminho.
Jogaram o corpo no mar. Pronto. Como se fosse a coisa mais natural do mundo. Fizeram um exame de DNA, a partir de uma suposta irmã de Osama, de um cara que diga-se de passagem tem 51 irmãos. Qual a seriedade disso? Ninguém questiona. É como se fosse a coisa mais natural do mundo. Não é claro e límpido que existe alguma coisa estranha aí?
Para piorar, ainda vem vários líderes mundiais a público dar os parabéns ao presidente americado. A justificativa que Obama não quis bombardear a casa a qual alegaram que se encontrava Osama por não querer ferir civis inocentes foi dita como a coisa mais normal do mundo sem mencionar o banho de sangue ao qual foi submetido o Afeganistão, como a morte de milhares de civis inocentes com a justificativa de encontrar Osama Bin Laden. É como se a guerra nunca tivesse acontecido.
Em nenhum momento um comentário crítico sobre as reais circunstancias políticas envolvidas no caso. Nada sobre a guerra do Iraque baseada exclusivamente na alegativa americana de que estes estavam produzindo armas químicas e nucleares, coisa que o próprio relatório americano desmentiu no final, quando admitiram que se enganaram e que não havia armas químicas nenhuma. Saldo da guerra: Mais de 100 mil mortos. Em nenhum momento o petróleo foi mencionado, é como se esse produto não tivesse nenhuma relação com as milhares de mortes. Em nenhum momento foi dito do financiamento americano ao grupo de Osama Bin Laden, antes destes se voltarem contra seus interesses puramente econômicos.
Espero que não fique aqui parecendo que estou defendendo os métodos ou atitudes terroristas, mas apenas dizendo que uma guerra como essa não tem mocinhos. O ódio só gera ódio dos dois lados. E isso precisa ser dito. É preciso dizer: BASTA, CHEGA DE SANGUE” Quero poder dizer aos meus filhos que nós vamos celebrar a paz e o amor e não a morte e a vingança. Milhares de pessoas morreram dos dois lados, tudo isso é lamentável, e a frase que vem a minha mente quando penso nisso todo é a da composição que diz que “Não importam os motivos da guerra a paz ainda é mais importante que eles”.
Obrigado pra quem leu meu desabafo até o fim. Se acharem válido podem passar pra frente.
Um abraço a todos,
Daniel Welton

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