segunda-feira, 12 de abril de 2010

de saída - Técnico e gerente de futebol do Votoraty darão entrevista

  • Coube ao técnico Fernando Diniz explicar hoje a saída repentina do time

Sobrou para o treinador Fernando Diniz e para o gerente de futebol, Beto Rappa, hoje, às 10h, em entrevista coletiva no Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri, darem a cara a tapa para a imprensa e torcedores do Votoraty depois da decisão da holding Manoel Leão S/A de levar à equipe para Ribeirão Preto.

A saída prematura provocou um clima de revolta e indignação em Votorantim, sendo inclusive muito criticada pelo prefeito de Votorantim, Carlos Augusto Pivetta (PT), e alvo de protesto por parte de torcedores na manhã de sábado.

Informações dão conta de que a decisão unilateral da transferência do time, que passa a se chamar Ribeirão Futebol Clube a partir da Copa Paulista de Futebol 2010, anunciada aos órgãos de imprensa de Ribeirão Preto, foi do presidente da holding, Eduardo Zanello.

O dirigente, inclusive, foi o personagem principal das críticas, a quem o prefeito Pivetta chamou de mau caráter. A expectativa é de que torcedores também compareçam à entrevista coletiva para criticarem e mostrarem sua indignação. No sábado, sobraram adjetivos como mercenários e safados, escritos em faixas e bandeiras grenás.



Prefeito tentará preservar o nome


Além de analisar propostas e estudar a possibilidade de contar com uma nova equipe na quarta divisão, o prefeito Pivetta afirmou que na próxima semana terá uma reunião com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, para saber quais medidas deverá tomar para preservar em Votorantim a marca Votoraty.

“Vou fazer de tudo para que eles não utilizem o nome Votoraty. Eu tenho certeza que Votorantim terá um time profissional e nós vamos utilizar essa marca. Creio que a nova equipe será estruturada numa nova modelagem, mas o nome será preservado”, enfatizou o prefeito.

Pivetta também afirmou que pretende continuar investindo no futebol e em outras modalidades olímpicas porque a cidade assimilou bem o esporte de alto rendimento. O prefeito também falou sobre gastos e o retorno que a cidade teve com a projeção do Votoraty.

“Com o Votoraty nós gastamos cerca de R$ 300 mil com arquibancadas, iluminação e outras reformas no estádio. Futuramente, esses recursos podem ser aplicados em novos projetos”, comentou. “Em contrapartida, a cidade ganhou projeção, houve retorno para o comércio e para a rede hoteleira. Diria que o retorno foi abstrato, mas muito maior do que aquilo que investimos”, finalizou.




  • O comerciante Luiz Babão diz que cidade não pode ficar sem um time

Com a mesma intensidade que abraçou a “causa Votoraty”, a população de Votorantim, especialmente as pessoas ligadas ao esporte, demostraram no dia seguinte a notícia da transferência da equipe para Ribeirão Preto a sua indignação com a atitude deselegante dos dirigentes do clube de “sair pela porta dos fundos”. Ontem, o principal assunto no comércio, repartições públicas e ruas da cidade não era apenas a mudança do time para outra cidade. Todos comentavam e demonstravam enorme irritação com a falta de respeito dos dirigentes do Votoraty em relação à cidade de Votorantim.

“O Zanello é um mau caráter. Ontem (quinta-feira) eu até tentei falar com ele, mas como não falo com mau caráter, eu não tenho mais interesse em conversar com esse cidadão. Aliás, se eu o ver na rua é capaz de perder a cabeça e partir para cima dele”, declarou ontem o prefeito Carlos Augusto Pivetta ao comentar a decisão do presidente da holding Manoel Leão S/A (proprietária do Votoraty), Eduardo Zanello, de levar o time para Ribeirão Preto.

O prefeito afirmou que a mudança poderia até ser considerada normal se os dirigentes do clube não tivessem agido da maneira que agiram. “Eles são donos do time e têm todo o direito de levar a equipe para onde quiserem. Só não poderiam ter desprezado o apoio que uma cidade inteira ofereceu a eles”, afirmou Pivetta referindo-se ao fato dos dirigentes não terem comunicado previamente a decisão de transferir a equipe de cidade.

Sentimento de traição

Nas ruas, o sentimento de indignação era o mesmo do gabinete do prefeito. Muitos estavam tristes e revoltados com a atitude da diretoria do Tigre. O comerciante Luiz Carlos Mendes, o Luiz Babão, não se conforma com o fato dos diretores terem deixado Votorantim sem dar qualquer satisfação aos torcedores. “Eles agiram como inquilino que não paga o aluguel e que encosta o carro na porta do imóvel pela madrugada, carrega tudo e desaparece”, afirmou o torcedor que também lamentou a saída do time. “Eu sei que os jogadores e comissão técnica não têm nada a ver com isso. O problema foi com os cartolas mesmo”.

Para Luiz Babão, a cidade não pode deixar morrer o projeto de ter um time profissional. “Acho que temos que começar do zero. Realizar uma grande peneira, montar uma equipe modesta e disputar a quarta divisão. Tem de começar tudo outra vez”. Esta também é a opinião do prefeito Pivetta, que durante todo o dia de ontem recebeu ligações de empresários querendo emprestar nomes de equipes para a cidade de Votorantim. “Hoje eu recebi vários telefonemas de pessoas ligadas ao futebol, ofertando times, jogadores, enfim, querendo aproveitar a chance de colocar um time no Campeonato Paulista. Mas eu acho muito cedo para tomar decisões e acredito que o melhor caminho seja reiniciar todo o projeto para que no futuro a cidade não corra novamente o risco de ficar a 'ver navios' como aconteceu agora”.

Enquanto uns demonstravam indignação outros também lamentavam a saída do time da cidade. “Eu já estava acostumado a ir ao estádio ver nosso time. A cidade ficava animada em dia de jogo. Agora acabou nosso lazer”, lamentou o ajudante geral José Correa Lopes. “Eu tinha até comprado uma camiseta do time e agora não tenho mais o que fazer com ela”, emendou o serralheiro Antônio Pereira da Silva. No final da tarde e noite de ontem, o Cruzeiro do Sul tentou por várias vezes entrar em contato com os dirigentes do Votoraty para que eles pudessem se manifestar sobre o caso, mas assim como ocorreu no dia anterior, nenhum deles atendeu às chamadas telefônicas.

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