terça-feira, 13 de abril de 2010

Fernando Diniz não fala porque o Votoraty foi embora


  • Técnico se esquivou de polêmica e preferiu o "não vou entrar no mérito"

“Eu não vou entrar no mérito do porquê o investidor (holding Manoel Leão) saiu. Não vou entrar neste mérito. Também não vou admitir que você coloque em xeque se eu tinha muito carinho pelo Votoraty. Eu estou falando que eu tinha muito carinho”. Foi assim, ríspido e totalmente evasivo quando o assunto era a saída do time de Votorantim, que o técnico do agora Ribeirão Futebol Clube, Fernando Diniz, respondeu às perguntas feitas ontem, numa coletiva de imprensa, realizada no Estádio Municipal Domenico Paolo Metidieri. Acompanhado do gerente de Futebol, Beto Rappa, Diniz não entrou nenhuma vez “no mérito” e as dúvidas sobre a saída “à francesa” do time de Votorantim continuam no ar.

Logo no início da entrevista, acompanhada por emissoras de TV, jornais e rádios da região, o técnico Fernando Diniz já deu a entender que o motivo da sua passagem por Votorantim, na manhã de ontem, não era para falar sobre a transferência repentina do Votoraty para Ribeirão Preto, decretada na semana passada pelo presidente da holding Manoel Leão S/A, Eduardo Zanello. Todas as pessoas da cidade, Poder Público e torcedores só ficaram sabendo do fato via imprensa da cidade de Ribeirão Preto. “Não vou entrar neste mérito, até porque não sou eu quem decido e não decide nada. Eu vim aqui agradecer toda comunidade de Votorantim e jamais eu sairia daqui de uma maneira fria”.

Só que a partir do momento em que a pergunta novamente abordava o mesmo assunto, Diniz, como um boxeador, esquivava-se: “não vou entrar neste mérito”. Resposta esta que se multiplicou durante quase meia hora. Só que em nome da diretoria, citando Beto Rappa e Maurício Pogi Villela, o Mauricinho, ele agradeceu aos torcedores de Votorantim e alegou que nunca mencionou que o time não recebeu apoio das arquibancadas. Ele apontou que essa saída afetou todos eles, que queriam a continuidade do time na cidade. “A comunidade tem todo direito de se revoltar, já que a cidade abraçou o time e está órfã”.

A reportagem do Cruzeiro do Sul questionou se a diretoria tentou de alguma maneira argumentar com o investidor para que essa decisão de transferência fosse repensada, tendo em vista que foi afirmado repetidamente, durante a coletiva, que a direção mantinha muito carinho pela cidade de Votorantim. “Eu não vou entrar no mérito porque você está fazendo um jogo de palavras para eu entrar no mérito do porquê o investidor saiu. Também não vou admitir que você coloque em xeque se eu tinha muito carinho, o que eu fiz e deixei de fazer. Coloquei minha alma neste time e meus dois filhos torcem pro Votoraty”.

O técnico Fernando Diniz continuou: “Eu não vou expor ninguém aqui. As pessoas, no devido tempo, se acharem que têm que se explicar, elas vão se explicar. Eu vou me explicar do jeito que eu tenho que explicar. Por mim, isso aqui continuaria, fiz de tudo pra que continuasse. Posso te falar que entreguei meu coração ao Votoraty quando estive aqui”. Paralelo a tudo o que ocorria no vestiário do Domenico, que ainda estampa as cores do Votoraty - azul, amarelo e vermelho -, as arquibancadas montadas para a disputa da Série A2 e da Copa do Brasil, pagas com dinheiro da prefeitura de Votorantim, eram desmontadas.

Manoel Leão S/A

O técnico Fernando Diniz disse ontem que a diretoria nunca reclamou da torcida, pelo contrário, sempre foram muito bem recebidos na cidade. Entretanto, esta opinião diverge da do seu chefe, Eduardo Zanello, presidente da holding que dirige o clube. Em entrevista ontem para uma emissora de Ribeirão Preto, Zanello, o responsável pela transferência, disse que a falta de público foi um dos motivos da saída. Outros foram a falta de patrocinadores interessados em estampar a marca no clube e a falta de estrutura oferecida pela prefeitura de Votorantim, como por exemplo, na questão do gramado do estádio Domenico Paolo Metidieri.

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