sábado, 6 de março de 2010

Vítima do descaso com dois dias de vida

Diário do Pará ::::


A
Vítima do descaso com dois dias de vida


Bebê passou boa parte da noite dentro da ambulância

Na última terça-feira, uma criança nasceu em Salvaterra, no arquipélago do Marajó, sofrendo de insuficiência respiratória. Como a unidade de saúde daquele município não dispõe de UTI neonatal, o recém-nascido foi encaminhado para Belém, na tarde de anteontem. Com apenas dois dias de vida, Cristian Gabriel já sentiu na pele o descaso na saúde pública do Pará.

Cristian saiu do Marajó às 16h em uma balsa. A viagem dura aproximadamente quatro horas, mas poderia ser mais curta se o recém-nascido viesse a Belém a bordo do helicóptero do Corpo de Bombeiros. Os avós da criança dizem que tentaram o auxílio do resgate aéreo, mas não obtiveram resposta.

O recém-nascido chegou a Belém por volta das 20h, respirando com a ajuda de um balão de oxigênio. Era apenas o início da peregrinação em busca de atendimento. Sob alegação de que a Central de Leitos não havia sido comunicada sobre o encaminhamento do paciente, cinco hospitais, entre públicos e os conveniados ao Sistema Único de Saúde se negaram receber a criança: Santa Casa de Misericórdia, HPSM da 14 de Março, Hospital das Clínicas, Santa Terezinha e Pio XII.

Por volta da meia-noite, a ambulância em que Cristian estava parou em frente ao Hospital da Ordem Terceira. Neste momento, um representante da prefeitura de Salvaterra estava na Seccional do Comércio relatando a via crucis do bebê à delegada Cristina Capucho.

A criança recebeu os primeiros atendimentos somente após a intervenção direta da Polícia Civil. A delegada foi até o hospital e conversou com a pediatra plantonista Gisele Flecha. A médica poderia ser autuada por omissão de socorro caso o atendimento fosse novamente recusado.

Era quase 1h de sexta-feira quando as portas do hospital se abriram para Cristian. As primeiras avaliações indicavam que ele não corria risco iminente de morte, contudo, sem os cuidados adequados, o estado de saúde do recém-nascido poderia piorar. “Temos que tomar providências onde tenha socorro. O socorro está aqui, mas nos fecham a porta. Estou me aguentando como posso para não explodir”, lamentava o avô de Cristian José Antonio Nascimento.

OMISSÃO

A delegada avalia que houve negligência dos hospitais que não receberam Cristian Gabriel. “O que houve foi omissão de socorro por parte de todos os hospitais pelos quais eles passaram, principalmente da Santa Casa, que é referência. Se a Central de Leitos não foi comunicada, o certo é que se receba a criança e depois seja feita a comunicação. O que não pode é deixar a criança morrer na porta de um hospital”.

A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) esclareceu, em nota, que atendimento médico neonatal “não faz parte do perfil de atendimento dos Hospitais de Pronto Socorro da capital”. A nota diz ainda que não houve omissão de socorro, já que um médico do PSM chegou a avaliar a criança e sugeriu encaminhamento para a Santa Casa, que é hospital de referência.

Já a Santa Casa informou que a criança veio de Salvaterra sem referenciamento (cadastro pela Central de Leitos) e, no momento em que chegou, a neonatologia do hospital operava acima da capacidade, atendendo 109 crianças, quando a capacidade máxima é de 107 leitos. A assessoria informou ainda que funcionários entraram em contato com outras unidades de saúde à procura de leito e conseguiram em uma clínica conveniada depois de uma hora de tentativas, mas nesse momento a criança já tinha sido levada pela família para outro lugar.

Sobre a ausência de helicóptero, o comandante do grupamento aéreo do Corpo de Bombeiros, coronel Mauro Tadeu, informou que a corporação não recebeu nenhum pedido de transporte de paciente do Marajó na data citada. O coronel explicou que os pedidos são feitos, geralmente, pela unidade de saúde à Sespa, que tem uma equipe de avaliação. Só depois da triagem por essa equipe é que os pedidos são encaminhados ao corpo de bombeiros. A assessoria de comunicação da Sespa não se manifestou sobre o assunto.

SEM ATENDIMENTO

Cristian Gabriel nasceu com insuficiência respiratória. Como a unidade de saúde daquele município não dispõe de UTI neonatal, o recém-nascido foi encaminhado para Belém, na tarde de anteontem.

Entretanto, o bebê foi levado para cinco hospitais, mas não recebeu o atendimento adequado, o que só ocorreu após a interferência da polícia.



obs:nosso pais é uma piada ainda querem fazer olimpiadas e copa do mundo nesse pais totalmente corrupto e sem moral, ai vem o presidente da republica dizer que estamos indo bem !

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin